Chocólatra: Miniconto sádico-pseudo-moralista


Chocólatra: Miniconto sádico-pseudo-moralista

 

– Eu tenho tara por chocolate…
– Mas você não é gordo, amado!
– Você não entendeu, amor… Não é tara só de comer! Chocolate me deixa excitado.
– Cafeína? Açúcar?
– Não, não é excitado desse jeito… é tesão mesmo!
– Sei…
– Tá! Deixa assim! Amanhã a gente conversa…
– Ok! Não vai chegar atrasado no cartório!
– Claro que não, querida!
Naquela noite, a última de solteiro, o chocólatra sonha com um gênio, que pergunta o que ele deseja. No sonho, ele pede ao gênio que tudo o que venha a ser tocado por suas mãos se transforme em chocolate. Ele acorda, lembra do sonho, mas não lhe dá a devida importância.
Como vocês já conhecem (ou devem ter percebido, adivinhado) o lado sádico deste que agora escreve, um final trágico se aproxima.
Após o casamento, na noite de núpcias, o desejo dos sonhos se realizará: a noiva nua, na cama, transformada em chocolate diante do noivo estupefato.
Porém, ao contrário do final trágico esperado, tal como na história do Rei Midas, que acaba transformando uma pessoa amada no ouro a qual tanto idolatrava, nosso pequeno conto, em relação a história plagiada, terá um final feliz.
Apesar do inusitado, nada impediu que o noivo passasse a noite da lua-de-mel comendo todinha a sua noiva deliciosa…

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